24.1.05

espera em vão

Navego inebriada nas ondas da ingenuidade dos meus próprios sentimentos.
Julgo ser amada por quem nem sabe que existo…
Já atirada pelo precipício aguardo a queda.
E os ossos do meu corpo já doem com o adivinhar do seu fim.
Choro.
Ninguém enxerga a minha dor.
Confesso-a à minha estrela que se preocupa mais com o seu próprio brilho.
E só, como nunca estive, escavo um pouco mais o buraco para que quando a luz retornar não me fira os olhos já desabituados de si.
Por vezes grito.
Quem me ouve não se importuna.
Então calo-me à espera do dó. Mas nem isso têm de mim.
As inevitáveis lágrimas formam minúsculos riachos no pó da minha cara e clareiam o meu rosto.
Choro abraçada à noite como uma criança perdida nos seus sonhos de fantasia.
Daqui a umas horas será dia e eu mulher outra vez.
Terei de me readaptar ao cinismo do mundo e conter as lágrimas da luz quente do sol.

1 comentário:

Anónimo disse...

Vou-me emiscuir de comentar mais do que isto:

... no mínimo forte

Di****