Chocava-me sempre que um belo corpinho fosse uma máquina de secreções; disse-te que me custava ver uma rapariga assoar-se. E estou a ver-te; paraste, encaraste-me e disseste-me num tom curiosamente experimentado, sincero, firme: “ a assoar-se? a mim basta-me ver-lhe o olho a piscar, ver aquele movimento da pálpebra sobre a córnea para sentir uma repugnância que me custa a ultrapassar.
milan kundera
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