deitada sobre o sofá vermelho intenso, isolada de todo o mundo eléctrico, penso no silêncio que nunca deixo existir. fecho os olhos e procuro-o.
ele afinal não existe.
tics e tacs de relógios. o constante murmúrio do frigorifico. carros que passam, aceleram, travam, buzinam. ambulâncias em emergência. crianças que sociabilizam com outras em pátios de recreio. pessoas que falam. saltos altos. portas que se fecham. portões que se abrem. o gato que remexe a areia. o cão que late. os pássaros do grande jardim fechado. os infelizes das gaiolas. o vento nas ramagens das árvores.
terei alguma vez na vida ouvido o silêncio?
1 comentário:
já o outro vestido de rei, em 1990, andava à procura do silêncio e ao fim lá conseguiu portanto, n desistas.
"words like violence
break the silence"...
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