22.5.05

12 de julho de 1999

para o tiago.
eu é! enquanto for viva!
mete-me uma impressão a casemira e a maria do manel da chuva com umas meias sempre calçadas pretas (...)
a casemira, morreu o homem, nunca mais andou sem meias. As noras estão-lhe sempre a perguntar quando é que muda de roupa. (...) agente quando chega a uma certa idade, tanto carrega o preto, como carrega o branco(...)
eu ainda digo uma coisa, andar de preto e ir ao arraial!!!! nem é o preto, agora a uma missa ou a um rancho?? eu não me sinto bem a ir a nada disso! aí não!! às festas da igreja ainda vou. mas ir toda vestida de preto? toda vestida de preto aí pelas festas todas?? isso não é nada!! isso não é nada!! isso é uma vergonha!!!
(...)

era bem feito que o marido já estivesse ali à espera! eu quando ia a coimbra com a minha otília, telefonava-lhe logo de coimbra!!
então hoje telefonou de onde?
ai!!! foi a minha filha do telemóvel!!!!*
(...)
suburbano, coimbra - figueira da foz

*por aqueles dias ainda não era tão vulgar como hoje ter-se um telemóvel. eu, que o evitei durante muito tempo, ainda não tinha.
[se a saída não foi igualmente em alfarelos, foi em pereira do campo! disso já não tenho a certeza]

tudo o que ali está escrito foi realmente dito por um grupo de 4 senhoras que viajava ao meu lado. tudo o que falhou está contido naqueles parênteses. infelizmente elas falavam mais depressa do que escrevo...
também encontrei neste caderno duas conversas muito boas, uma num consultório médico, a outra num centro de saúde, uma sobre rapazes de cabelo comprido, outra sobre produtos enlatados.
um destes dias transcrevo-as para aqui. merecem!

Sem comentários: