25.6.05

A D. Natércia.

Naquele tempo fazer o exame da 4ª classe era um grande feito! Comprava-se bacalhau e fazia-se uma grande festa. Naquele tempo escrevia-se na lousa ou a lápis. O meu tio Álvaro, estava a trabalhar num banco e tinha-lhe sido dada uma esferográfica para trabalhar. O meu pai nunca tinha visto uma esferográfica. Pediu ao meu tio que lha emprestasse para fazer os trabalhos de casa. Entusiasmado com a ideia de estar a escrever com este novo instrumento de trabalho, desenhou muito bem todas as letrinhas dos deveres. No dia seguinte a D. Natércia não acreditava que tivesse sido o meu pai a fazer o trabalho de casa. Ameaçou-o que se não confessasse quem o tinha feito, não o deixaria fazer o exame da 4ª classe. O meu pai insistiu sempre na verdade. A minha avó já tinha comprado o bacalhau.O meu pai só fez o exame da 4ª classe no ano seguinte.

Muitos anos depois a minha mãe tornou-se colega da D. Natércia que já consciente da verdade pediu perdão ao meu pai, que a perdoou.

Mas eu não.

3 comentários:

Anónimo disse...

se calhar a D. Natércia nunca viveu muito feliz por causa disso!

Rita Delille disse...

realmente é grave. vais trucidar a d.natercia?
agora a sério, acho importante uma coisa que referiste. magoa-me mais que magoem alguém de quem eu gosto muito do que a mim mesma. e é muito mais dificil perdoar essa pessoa.
beijos. linda

franksy! disse...

não tenhas dúvida, rita!
revolta-me imenso o que a mulher fez...
até a trucidava...
e tal como tu, doi-me muito mais que magoem alguém que amo do que me magoem a mim!!
esta NUNCA terá perdão!