Esta manhã abracei um caminho desigual do de qualquer manhã. A princípio não atribui qualquer importância à polícia que regulava o trânsito no sentido inverso. Alguns passos depois de dobrar para a nova rua vi, ainda confusamente, um longínquo tumulto só me apercebendo depois das reais cores de vários carros de bombeiros e faixas garridas a isolar o local. O coração disparou em pânico enquanto pedia [a quem ou a quê?!] para que aquela casa mosqueada de negro, onde à porta irreconhecíveis carbonizados se amontoavam, não fosse o 49. Que não seja o 49. Que não seja o 49. Que não seja o 49. Que não seja o 49. Que não seja o 49. Palpitava entre os passos acelerados. Não era o 49, perceberam primeiro os meus olhos que engoliam os números das portas à medida que avançavam. era igual, era unido, mas não era o 49. Contornei a faixa de cor viva e entrei no 49 enquanto bombeiros extenuados me analisavam esquivamente. Respirei fundo lá dentro e voltei a sair enquanto já ninguém dava pela minha presença pelos seus colos erguidos ao ar.
3 comentários:
Situação dificil Francisca... Imagino o que sentiste. Beijinho
já tinha tentado responder-te,meu amor, mas não consegui. não imaginas como fiquei quando percebi que tinhas passado por minha casa depois de...depois do fumo. senti o meu medo e o teu medo juntos. senti-me ainda mais pequenininha nessa madrugada mergulhada em fogo. obrigada pelo teu abracinho apertado em forma de carta e cinquenta e três miminhos. beijinho de chuva,irmã-mais-que-perfeita.adt.
Pois foi Martinha… apanhei um grande susto!
Exactamente no dia em que decido passar por tua casa logo pela manhã deparo-me com tudo aquilo!
Mal consigo imaginar o pesadelo que foi para ti!...
ainda bem que gostaste do mimo!
beijinho-mana!
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