Acordou trémula no quarto despido, onde uma mala debaixo da janela cuspia peças de roupa. Por essa janela crescia um alvoroço rotineiro de estrangeiros calmados nas suas vidas. Descendo e subindo. Entrando e saindo em portas abertas aos costumes. Um pollyban gasto de manchas castanhas cobriu-a de banho. Desceu as escadas revestidas de alcatifa acastanhada. O recepcionista sorriu-lhe quando tirou um rebuçado da tacinha do balcão. Ela sorriu-lhe de volta e pisou leve o chão quente da janela, misturando-se com os forasteiros. O corpo alegremente moído e fresco desceu. Desceu até ao mar. No mar perdeu-se pelos olhos. Sentada na pedra cálida esperou que a mão pousasse no seu ombro tal como no dia anterior.
2 comentários:
o desejo da espera, sonhada...
ainda não foram, miguel., mas acho que vão ser!
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