17.9.06

vou fechar os olhos, ignorar a acelaração do batimento, e repetir baixinho para mim tudo se vuelve e se revuelve, tudo se vuelve e se revuelve, tudo se vuelve e se revuelve, tudo se vuelve e se revuelve, tudo se vuelve e se revuelve, tudo se vuelve e se revuelve...

Para a época era uma aparelhagem muito moderna! Tinha comando e até tinha luzinhas! Mostrava-se a toda a gente como o botão do volume circulava sozinho à ordem do comando. Apareceu lá em casa de surpresa e era o João que a ia pagar [mas não foi]. Era uma nokia [ainda nem se sonhava com telemóveis] preta como o design da época. Tinha dois decks, o hodierno leitor de compact disc, o inevitável rádio, e um gira discos. Comprou-se até um móvel próprio. Durante muitos anos aquela foi uma melhor amiga. Aquele quarto era o meu paraíso na terra. Os vinis rodavam vezes sem conta e os cd’s começavam a aparecer, comprar-se, emprestar-se, trocar-se. Gravava tudo em cassetes, muitas passeiam agora comigo no Mali. Gravava cassetes para mim. Gravava cassetes para toda a gente. Gravava cds e programas de rádio. Gravava os discos. Lembro-me especificamente de dois discos. Não, três. Três discos. Um de led zeppelin, que era do Pedro. O back in black dos ac/dc que era do João, e, também do João, the very best of james brown, que era o vinil mais girado por mim naquelas tardes em que o quarto se tornava meu. Lia as letras na capa, porque já tinha inglês e até tinha muito jeito e cantava até os apartes do senhor brown. Ainda hoje os sei de cor pela sequência daquela edição. E as músicas remetem-me para tardes de sol a entrarem pela grande janela que teimava em ter sempre aberta, o jardim algo despido, os utentes do posto médico a passar na sua cadência habitual e as ameixoeiras em flor num plano um pouco mais elevado. Quando o carro do João aparecia estacionado em frente à casa, era exactamente o tempo de arrumar tudo no sítio e sair do quarto até que o João aparecesse.

7 comentários:

Sílvia Alves disse...
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franksy! disse...

Lou, deixas-me um pouco assustada com estas perguntas…
[tal como já me deixaste assustada com o teu medo de quem te odiasse]

Eu não te conheço, ou pelo menos assim julgo…
De certeza que não te quero mal nenhum e dificilmente te terei feito algum mal [mesmo que inconscientemente]

Não percebo como chegaste até aqui e especialmente, porque me fazes perguntas tão profundas…

E respondo-te [com sinceridade] porque mo pediste!
E porque espero que te possa ajudar em algo.

Um. sou
Dois. Não… nada tão trágico…
Três. Sim… mas acabou sempre por se remover!
Quatro. Mais ou menos.
Cinco. Sem dúvida.
Seis. Felizmente.
Sete. Já…
Oito. Gosto de viver o presente. O meu futuro é quase sempre só amanhã.
Nove. Nem penso nisso.
Dez.. Já!
Onze. Não
Doze. Já… todos temos maus momentos!
Treze. Sinto!
Catorze. Moro muitas vezes dentro de mim.
Quinze. Tudo é exterior a mim, até eu própria por vezes sou exterior a mim! Mas nunca senti o que descreves…


[franciscamoreira@gmail.com – para o que precisares!]

Sílvia Alves disse...
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franksy! disse...

ódio é demasiado forte! de certeza que é só a tua percepção das coisas! quem não é capaz de odiar, não pode ser odiado!
[eu acho que o ódio só existe em torno dos fundamentalistas e das organizações criminosas - será isto um pensamento infantil?!]

Obrigada pelas tuas palvras.
Espero que as minhas tenham algum efeito positivo!
Agora estamos sempre comunicáveis!
Beijinho!

Anónimo disse...

e eu é que estou no engate???

Sílvia Alves disse...
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franksy! disse...

surprised, bem sabes que eu só te engato a ti [a ao atum]! ;)