10.10.06

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Não me deixou abrir os olhos. Nem sequer mos deixava movimentar dentro das pálpebras! Os meus pulsos presos não podiam satisfazer as comichões que o meu corpo nervoso proferia. O meu pescoço encostava-se desconfortável àquela almofada e ela espetava-me os dedos nos olhos fechados e gritava não pode mexer os olhos! punha-me dois dedos na testa e gritava, não franza a testa! Gritava, não faça pressão sobre os maxilares! Mas tão tensa e nervosa não conseguia cumprir nenhuma ordem das que, sabia, me ajudariam a sair dali… contava baixinho e tentava não mexer lá dentro os olhos que não podia abrir. Mesmo à frente deles uma máquina com um barulho mecânico e cíclico disparava flashes que sentia em vermelho e com formatos ondulantes. Cada vez mais ondulantes. Ondulantes torturentes. Queria desmaiar para não sentir mais nada. Quase que desmaiei por duas ou três vezes. Mas percorria-me o medo de voltar a passar por tudo outra vez… a voz máscula da mulher berrava comigo a cada movimento e… custou-me mais que todos.

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