12.1.08

o ácido sulfúrico

Olhos que não vêm, coração que não sente?! Só se não se tiver uma imaginação minimamente fértil. E a minha já não me deixa dormir… de repente um dos meus artistas favoritos assola-me a memória. Aparece em cada esquina – o que até seria o mais natural. Em cada montra. Em cada documento. Em cada página. Preciso de me concentrar, mas o rai’ do artista não me abandona assim com tanta facilidade… imagino a partilha dele. O livro dele naquele banco de trás. Como teria ele ido ali parar? É preciso escolher uma qualquer página da Internet e analisá-la do ponto de vista de um behaviorista, uma página qualquer! Mas a minha cabeça não processa essa mensagem… só o artista. Aquele súbito interesse. O meu livro levado para a casa de banho. A análise das diferenças. E afinal, nem sequer era por ele, era por ela. Para lhe dar tudo. Uma página qualquer… analisar. Fundamentar. Está bem, está… só o artista. Só o artista surgia. Nada mais. E ela esfregava-o ao mundo como se fosse uma prenda só sua. Como se o artista tivesse nascido para a satisfazer. Exclusivamente. Agora gosta dele nem que seja só porque sim. [porque as odes são continuas] E atiravam-me assim ácido para a cara. O meu artista. A minha música. Provavelmente até os meus escritores. Quem sabe os meus fotógrafos [mas isso nem ele sabe]. Tudo o que era meu, que eu tinha encontrado e me tinha sido dado era-me agora retirado desta forma sulfúrica. É só uma merda de uma página de Internet! Uma qualquer. Ou era. Porque já não é. Ele que me compreenda. Por favor. Eu sou só uma. E cada vez me subtraem mais.

3 comentários:

Sílvia Alves disse...

fico-me só pela primeira frase: sente sente!!!

Sílvia Alves disse...

afinal não! como te compreendo... ou será que não?!

franksy! disse...

gostava de não sentir tanto e tanto tudo o que há [e não há] para sentir...
mas acho que sou uma sentidora inveterada...

talvez me compreendas... ou chegues lá perto...


obrigada! beijo!