Os pais do Carlitos eram divorciados e nem sequer se falavam, o que não os impediu de serem atropelados no mesmo momento pela marcha atrás de uma carrinha de distribuição de gás. Em coma profundo no hospital da cidade mais próxima, o Carlitos viu-se obrigado a optar por um dos pais, que ficaria ligado à única máquina disponível. Tendo sempre vivido com a mãe, sem que ninguém compreendesse bem o porquê, optou pelo pai, um homem que não conhecia e que ignorava ter uma doença mental. Na hora de desligar a máquina, o Carlitos estava convicto da sua decisão e não mostrou qualquer comoção quando lhe deram a oportunidade de ser ele próprio a virar o botão para o off. Miraculosamente a mãe acordou do coma nesse preciso momento. Os pais viveram os dois, mas a mãe de Carlitos nunca lhe perdoou a traição. Mudou-se para a cidade do hospital e nunca mais quis saber dele. Viveu consumida pela mágoa de mãe até adoptar uma criancinha doce que andava sempre irritantemente alapada a ela!
4 comentários:
desculpa francisca, eu não te devia ter contado aquilo...
por vezes é melhor ficar na ignorância. como tu própria dizes, 'se o arrependimento matasse'!
desculpa.
Pois!! e sabe-se lá porque!
E sabes que mais, eu gosto mesmo é de casas vazias prontas a encher com as coisas mais fantásticas. Os velhos pertences, eu guardo em caixas com palavras escritas por fora para não me esquecer que só posso abrir em caso de utilidade. Como nunca os considero úteis, as caixas ganham camadas de pó onde volto as escrever “não abrirei”.
;)
não tens de pedir desculpa. o que não nos mata torna-nos mais fortes! e sinceramente, estas últimas semanas têm sido fartas em descobertas do género... acho que depois disto, já mais nada me poderá surpreender…
perante tudo, não sei o que me choca mais… se a minha incoercível ingenuidade, se a atroz falta de carácter da pessoa em causa…
uma coisa sei, acabou. e agora sim, peço-te a ti como a todos que o assunto morra.
um beijo.
Lou, estes Carlitos do mundo são um bocado burros! Mas quando o pai se atirar a ele de dentes cerrados ele vai-se com certeza lembrar de como era bom quando a mãe lhe aconchegava os lençóis, lhe fazia os seus pratos favoritos, de como se riam dos tios gordos e iam a festas disfarçados de marialvas! A mãe terá sempre um filho para novas aventuras, o Carlitos viverá para sempre preso ao inferno da loucura do pai!
E agora vou mudar de casa. Uma casa toda e só minha para encher de cores e fantasias! E vou fazer como tu!!! [a minha querida Diane também me deu o mesmo conselho, precisamente ontem] Vou arrumar tudo em caixas que não mais terei de abrir! Tudo o que realmente interessa está e estará sempre comigo! ;)
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