Com uma impudência não lograda a muitos, eis que o assassino voltou à casa onde baleara a mulher, e ferira – mesmo que ligeiramente – os seus familiares e amigos. A sua dúbia inteligência não processou o facto de saber que a casa tinha, como desde sempre, câmaras de vigilância 24 sob 24 horas. Foi no seu próprio carro e estacionou-o à porta. Demorou 29 minutos e 57 segundos dentro da habitação alheia. Era uma casa sempre aberta, mas nunca a assassinos! Nunca a alguém cujo carácter malévolo amargasse a vida de outrem. Como na casa de Jesus, ali só eram bem vindos os que vinham por bem. Apesar de ter estacionado o seu carro à porta, embuçou-se como cobarde que se sabia – e como já tantas vezes tinha feito – tentando-se fazer passar por um qualquer desconhecido moralista. Mas tinha o seu carro estacionado à porta. Nem todos o poderiam ver, mas câmaras tudo registam. É um problema culturalmente muito enraizado. A cobardia. Ele foi oculto, mas deixou o seu carro bem estacionado à porta.
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