Inesperadamente e, provavelmente, pela primeira vez ali estava ele. Mesmo à minha frente. Aquela cara imortalizada num panfleto de um banco. Aqueles óculos de que já tinha ouvido falar. Um espaço de meio metro que teríamos de partilhar dentro de segundos. O meu coração a bater. Aqueles óculos escuros fixados em mim. O meu coração a bater mais aceleradamente. A dúvida na reacção. Se ignorasse seria uma malcriada. Se falasse seria uma ousada. Aquela cara e penetrar a minha de tanta fixação. O meu coração ainda mais acelerado. Com receio de cair num dos verbos, de certa forma empatei… Esbocei o esboço de um sorriso. Não foi um total ignorar. Não foi uma declarada ousadia. Provavelmente nem sequer foi nada… mas que fazer perante um tão acelerado coração e um espaço tão estreito de segundos de pedra de calçada?
Passado algum tempo fez-se luz na minha cabeça e apareceu um polícia para a apagar. Já era dia, era um desperdício de energia ter aquela luz acesa. Provavelmente até seria ilegal.
[a reedição]
Passado algum tempo fez-se luz na minha cabeça e apareceu um polícia para a apagar. Já era dia, era um desperdício de energia ter aquela luz acesa. Provavelmente até seria ilegal.
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