Eras um morto bonito. Foi o meu pai que me confirmou a tua morte e foi o meu braço direito, num incontrolado tremor, que denunciou o meu choque. Julgo que foi sempre só um álbum daqueles que costumo invadir nas lojas de fotografia. Era o baptismo da tua filha. Nem vou comentar o mau gosto do boneco com a tua máscara, que inicialmente julguei seres tu convertido ao judaísmo. Também não compreendo o caixão na cerimónia. Eras um morto mesmo bonito. Vestias um smoking negro e os teus olhos eternamente fechados sorriam.
2 comentários:
apaguei tudo o que tinha escrito, e calo-me perante o sentimento e beleza
muito obrigada, tinta!
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