Quando era catraia ia à missa com os meus pais, à porta da igreja de santa cruz estava usualmente um senhor cego a pedir esmola. Entoava ciclicamente um Tenham dó e caridade ao auxiliar o ceguinho. Uma esmola bem empregue para quem não vê a luz do dia, senhor! Desde essa altura e até aos dias de hoje que, nos dias úteis, este senhor se encontra a entoar a mesma ladainha numa pequena rua da baixa de coimbra! Desde cedo decorei, não só a cantilena, como, a entoação que lhe dá. As pessoas mais próximas de mim ouvem-me com regularidade imitá-lo. As que trabalham comigo, coitadas, ouvem-me, pelo menos, uma vez por semana. Nos dias de hoje frequento pouco a rua onde costuma estar, mas da poucas vezes que lá passo e o vejo [e ouço!!!], deixo-lhe sempre uma moeda grande na castanha base plástica de vasos que usa para recolher esmolas. A moeda que lhe costumo dar não é uma esmola. A moeda que lhe costumo dar é uma espécie de paga por direitos de autor.
10 comentários:
isto não é justo
o quê? também querias direitos de autor?!
Tenham dó e caridade ao auxiliar o Ricardinho, uma esmola bem empregue para quem não sente a textura da neve, senhor!
não é justo a torrent de posts que nos atordoa e ficamos assim um bocado indecisos sobte por onde começar :)
(ando a falar assim aos bochechos, daí ter ficado um bocado fora do contexto)
(continuo com dor de cabeça)
a torrente de posts deve-se ao facto de eu achar que hoje era outro dia que afinal não é...
obrigada por começares sempre e acompanhares esta minha estupidez bloguística!
um beijo de aspirina para ti!
agora que sim li, gostei muito deste post.
gostaste tanto que até passaste a ser ricardo e deixaste o rc para trás! :)
bom isso foi aqui uma crise de identidades ;)
mas é como roma! todas as identidades vão dar a ti! ;)
Enviar um comentário