A obra é uma coisa que fica. Se tirarmos os filhos da puta da literatura e da pintura ficamos com nada. Se se tirarem os bêbados fica-se com zero. Se deixarmos só os livros feitos por pessoas que se portavam bem, tratavam bem a mulher, eram bons amigos e pagavam as contas a horas, ficamos só com merda.
miguel esteves cardoso,
entrevistado por carlos vaz marques
na 74ª edição da revista Ler
entrevistado por carlos vaz marques
na 74ª edição da revista Ler
Sou naturalmente tendenciosa. Parcial. Tenho sérias dificuldades em separar as águas. Custa-me separar talentos de carácteres. Tenho pequenas vitórias, mas são débeis. Tenho essecialmente fé no cunho das pessoas. Estas minhas crenças são regularmente abaladas. No entanto, se kafka gostava de pornografia, pouco me diz. A metamorfose continua intacta. Se kundera denunciou o colega, o livro dos amores risiveis continua a encantar-me da mesma forma. sempre soube que miguel esteves cardoso é de direita, não me afecta minimamente o fanatismo. Gosto mais do carácter do zink, mas mais da escrita do mec. A escrita está acima destes carácteres. A menos que os mesmos se me formem primeiro. Nenhum prémio nóbel me convenceria a ler algo escrito pelo bush, pela estilista fátima lopes ou pelo cabrão do meu antigo vizinho do 3º C.
3 comentários:
amén!
Há sempre um cabrão de um vizinho...
e um candeeiro que se apaga...
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