Mas já só consigo pensar na roda pequena da vida, que ontem se deteve no
 corpo de um gato escuro, violentamente terno. Há ausências assim, 
impronunciáveis. Saber que a dor se irá tornando tolerável, que 
continuaremos a cumprir a breve sucessão dos dias, é tudo menos um 
consolo. Será, quando muito, um acréscimo de humilhação, o modo baixo 
como a vida nos obriga a aceitar o inaceitável. 
*
Toquei ontem, pela última vez, na cauda fria de um gato. Chamava-se, neste mundo, Barnabé.
Manuel de Freitas, Ubi Sunt,
Lisboa: Averno, 2014
Obrigada Sofia* 
![[ c i n q u e n t a   e   t r ê s ]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwYhPFryBGFfUuebZH5aSuMYcM2xBCFpOr2M3expNEOTpDQE8P1etYS_gUq82U05mAgGNDAxTMWq8Xw5_th8mqZDjuwDCCCEz455cSvCkRaZaek4w__0YGPxWLnDNpNkc6PKF7lg/s1600/headerfinal.jpg) 
 
Sem comentários:
Enviar um comentário