15.9.18

o tempo do olhar

(...) olhar mais tempo do que aquilo que nos é pedido (insisto neste suplemento de intensidade), perturba todas as ordens estabelecidas, quaisquer que sejam, na medida em que, normalmente, mesmo o tempo do olhar é controlado pela sociedade; donde, quando a obra escapa a esse controlo, a natureza escandalosa de certas fotografias e de certos filmes: não os mais indecentes ou os mais agressivos, mas simplesmente os que têm o mais tempo de pose.

Carta de Roland Barthes a Michelangelo Antonioni. Bolonha, 1980.


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