10.8.05

Promenade de Tête Perdue

Jean Pierre Larroche
e Les Ateliers du Spectacle


Em Montemor-o-Velho, há uma lenda que conta que há muitos anos, achando que iam perder a batalha contra os mouros, os homens daquela vila teriam decapitado todas as mulheres e crianças. No entanto, de forma inesperada, venceram-na… Quando regressavam, a tristeza apoderava-se deles, pensando que iriam encontrar um lugar silencioso, preenchido pela morte. Afinal um milagre acontecera, e só uma fina linha no pescoço da população ansiosa pelo regresso dos seus guerreiros contava o segredo das cabeças decapitadas…
Esta história contada pelo Sr., Arménio [e a sua festa festiva], garanto-vos que tem muito mais piada!

Durante mais de duas horas passeamos por várias salas, jardins e recantos do Convento de Santa Maria dos Anjos, onde cada um destes espaços tem uma novidade envolvida, não só na representação, como também em sonoplastia, esculturas, artes plásticas e todo um rol de inovações que nos transportam para fora do teatro e nos envolvem numa enorme produção.
E no fim, banquete de cabeças de bolo decapitadas e vinho do porto!

Ainda o delicioso pormenor da senhora de muletas que durante toda a noite não queria que ninguém lhe cedesse lugares sentados porque tinha sido operada ao joelho há três meses e precisava de estar de pé. Já tinha tido várias tromboses e já tinha criado 80 [e não 79, garantiu-me depois de a indagar] porquinhos-da-índia que fritava aos fins-de-semana para os sobrinhos comerem! Esta história foi ouvida por mim umas 7 vezes durante aquela noite, e eu não estive sempre junto a ela…

Citemor, 06.08.05

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